António Parente costuma contar que a compra da propriedade foi fruto de um “feliz acaso”. Assim começa esta história sobre a secular Quinta de S. Sebastião, repleta de segredos por revelar.
É o diretor-geral da Quinta de S. Sebastião quem nos recebe nesta propriedade setecentista, situada no encantador vale de Arruda do Vinhos, em plena Região Demarcada dos Vinhos de Lisboa. Datada de 1755, começou por ser um mosteiro. Já nessa altura era reconhecida pela produção de vinhos de grande qualidade, graças às condições únicas da região, conta Francisco Melicias, enquanto folheia as páginas do livro com a história da quinta.
Na visita guiada, na companhia da All Aboard Family, o responsável vai explicando que a quinta passou por várias famílias até chegar às mãos de António Parente, que a comprou na década de 1980 e a transformou num projeto que, hoje, é uma referência nacional e internacional. Fruto de um “feliz acaso”, foi uma paixão imediata para o proprietário da quinta, revela-nos Francisco Melicias.
Em determinado dia, (António Parente) ia a caminho de Lisboa, mas enganou-se no caminho e veio parar à Quinta de S. Sebastião. Não descansou enquanto não adquiriu a casa que nos trouxe até aqui e que nos levará, seguramente, por trilhos muito, muito felizes
Dona Aninhas, mãe do proprietário e personagem de destaque nesta história de sucesso, tem uma garrafa com o seu nome. “O vinho Dona Aninhas é uma homenagem que fizemos à mãe de António Parente, uma grande mulher que criou vários filhos em condições humildes, mas fê-lo com muito sucesso. Era justo fazer esta homenagem e surpreender o próprio António Parente”, conta o diretor-geral da quinta.
Trata-se de “um rosé especial. Uma interpretação, em termos enológicos, do nosso enólogo Filipe Sevinate Pinto, que está connosco desde o início deste projeto”. Esta edição limitada, com uma produção anual de duas mil e seiscentas garrafas, tem tido uma ótima aceitação tanto pela crítica especializada, como pelo público em geral.
O nome “Dona Aninhas” ruma até Viana do Castelo, onde António Parente tem uma unidade hoteleira com o mesmo nome. Lá, são servidos vinhos da Quinta de S. Sebastião, nada fáceis de encontrar no Alto Minho.
Posso até confessar que em 2022 ganhámos mais de cento e cinquenta medalhas
Ideias não faltam a quem gere a Quinta de S. Sebastião. Mas, como o segredo é a alma do negócio, Melicias apenas levanta um pouco o véu. “Uma das revelações que faço é o lançamento de um novo vinho que está prestes a acontecer e que se chama Forte de S. Sebastião. É uma homenagem à fortificação que temos no topo da nossa quinta, que, hoje em dia, se chama Forte do Cego, mas que originalmente se chamava Forte de S. Sebastião por causa da quinta.” Uma fortificação que faz parte das linhas de Torres Vedras que outrora serviram para proteger a capital das invasões lideradas por Napoleão Bonaparte. Este vinho que homenageia a História foi lançado, recentemente, no Brasil, mas a quinta pretende tê-lo também em Portugal e noutros mercados.
A Alma da Quinta de S. Sebastião: A alma desta quinta é “a visão de António Parente, a sua liderança e o reflexo da região”, sublinha Francisco Melicias. É, também, “a paixão que todos os elementos da quinta envolvem neste projeto. Toda a equipa trabalha com dedicação e consegue incutir este espírito no dia a dia. Este envolvimento é um dos fatores fundamentais para o sucesso e reconhecimento da Quinta de S. Sebastião”.
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