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Episódio 18

Quinta do Montalto

Há cinco gerações na mesma família, a quinta oitocentista continua a produzir vinhos que falam de uma herança única e de uma história que perdura.

A cerca de dez quilómetros de Ourém, a Quinta do Montalto está repleta de história. A casa do famoso vinho Medieval de Ourém, identitário da propriedade onde também são produzidos outros vinhos, já prepara a sexta geração para continuar a longa tradição.

É junto daquela que sempre foi considerada a casa de família que, na companhia da All Aboard Family, somos recebidos para descobrir este passado com presente. E futuro.

Recuemos a 1880. A Quinta do Montalto surgiu na última metade do século XIX, quando Mariano Gomes Pereira Baptista vai, a pouco e pouco, adquirindo talhões e engrossando o património a herdar do seu pai, Joaquim Gomes. É o que nos conta um dos atuais administradores da propriedade, André Gomes Pereira: “O meu tetravô começou o esforço de agregação de terreno, algo que se manteve ao longo de todas as gerações. Cada uma (geração) soube acrescentar algo à Quinta do Montalto”, que se estende, hoje, por 50 hectares, entre vinhas, olivais, pomares e florestas, formando um espetacular mosaico na paisagem.

Quinta do Montalto

Apesar da produção de diversos vinhos e produtos, “fazemos questão de produzir o Medieval de Ourém, um vinho que apenas se faz nesta região, desde o século XII”, afirma André Gomes Pereira. A produção mantém-se de acordo com a tradição: “É uma mistura, durante a fermentação, de oitenta por cento de uvas brancas Fernão Pires e vinte por cento de uvas tintas Trincadeira. Estas uvas iniciam a fermentação separadamente e, quase no final, são adicionadas e acabam a fermentação em conjunto.”

Fazemos questão de produzir o Medieval de Ourém, um vinho que apenas se faz nesta região, desde o século XII. Esta prática enológica perpetuou-se durante oitocentos anos, foi passada de geração em geração, até aos dias de hoje.

No entanto, quando Portugal entra na União Europeia (então CEE), em 1986, a produção deste vinho tornou-se ilegal, “porque não se podia misturar oitenta por cento branco e vinte por cento tinto”, explica o produtor. Só em 2005 “conseguimos obter a nossa denominação e, desde essa data, fazemos todos os anos o Medieval. É uma tradição e uma herança que nós não queremos esquecer”, destaca Gomes Pereira.

Quinta do Montalto

Afinal, trata-se de algo de singular e único no panorama vitivinícola nacional.

Quinta do Montalto
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Quinta do Montalto

Com a quinta geração a administrar a propriedade, foi dado “um grande salto em termos de esforço de agregação de valor aos vinhos produzidos, o engarrafamento, a produção de novas marcas e, depois, num passo seguinte, a exportação”, conta o administrador.

A agricultura biológica é, para os donos da Quinta do Montalto, uma forma de estar no mundo rural, onde o respeito pela natureza, a qualidade e a quantidade caminham a par e passo. Pioneiros na agricultura biológica, “toda a nossa produção é bio, não só as uvas, mas também tudo o que seja de horticultura”, descreve André Gomes Pereira.

“Sentimos que existe uma procura crescente por este tipo de vinhos, menos intervencionados na adega, com uma enologia mais simples. E isso acontece quer no mercado nacional, quer no internacional”, continua o responsável. Por essa razão, a quinta acabou de ampliar a vinha por mais dez hectares.

Quinta do Montalto
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    A propriedade tem plantadas vinhas em encostas de solos argilo-calcários, com excelente exposição solar, numa extensão de cerca de 15,5 hectares para a produção de vinhos com direito à Denominação de Origem Encostas D’Aire. Possui uma vasta variedade de castas, sendo a Aragonês a mais representativa das tintas e a Fernão Pires das brancas. Existem, também, encepamentos de Touriga Nacional, Trincadeira, Syrah, Baga, Alicante Bouschet, Castelão, Moreto, Cabernet Sauvignon, Arinto, Rabo de Ovelha e Olho de Lebre.

    Na quinta, há vinhos e espumantes frutados e suaves. Mas também há doces, conservas e vinagres.

    Quinta do Montalto

    Sugestão de vinho: Apesar de existirem outros excelentes vinhos produzidos na Quinta do Montalto, “o Medieval é um vinho emblemático da região e nós temos muito orgulho em continuar a produzir”, destaca André Gomes Pereira. Em termos gastronómicos, “podemos acompanhar o Medieval com peixe, com saladas, com quase todos os tipos de carne. Desde os estufados aos grelhados. Nos pratos de massas ou pizzas. A complexidade deste vinho é algo de singular e único. Podemos casá-lo com praticamente tudo.”

    A alma da Quinta do Montalto: São os vinhos autênticos e sustentáveis que dão alma à quinta. Para André, é fruto da “muita dedicação, muito carinho e muito amor em cada garrafa que colocamos no mercado”. Não são vinhos produzidos “a régua e esquadro, sempre iguais todos os anos”, mas talhados em função do que o clima oferece. Vinhos marcados pelas leis da natureza.

    Review

    Não deixar morrer a tradição é algo que está enraizado na família. O medieval de Ourém é um orgulho para a família que já tem esta quinta por 5 gerações. Tivemos oportunidade de perceber o motivo deste vinho ser tão especial mas também de provar outros que fazem jus à paixão demonstrada pelos vinhos e pelas vinhas.

    Quinta do Montalto

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