Testemunho do legado dos monges de Alcobaça, a Quinta dos Capuchos cruza um passado de oito séculos com o presente, e aposta no futuro.
Situada no topo norte da região dos vinhos de Lisboa, a Quinta dos Capuchos é um testemunho de como o legado dos monges agrónomos de Alcobaça evoluiu para a produção atual de vinhos da mais alta qualidade e excelência. A propriedade está localizada no troço sul do Vale do Alcoa, bem perto do Mosteiro de Alcobaça.
É natural que todos nós tenhamos sido muito influenciados por essa herança com cerca de oitocentos anos
É na Quinta dos Capuchos que somos recebidos, na companhia da All Aboard Family, adentrando numa história com cerca de oito séculos.
A vindima é feita manualmente, trabalha-se com pequenos volumes, o que torna “mais fácil termos os vinhos relativamente separados e alguma diversidade. É mais complicado em termos de produção, mas resulta em vinhos de elevada qualidade”
A Quinta dos Capuchos está situada numa zona de pequena propriedade “que resultou da administração dos religiosos do Mosteiro de Alcobaça e, portanto, o que aqui temos são sempre pequenos agricultores”.
Falamos de vinhos produzidos com respeito pela natureza, em harmonia com as condições naturais do terroir e prosseguindo a arte dos monges agrónomos. “Muitas vezes não temos de fazer muito, apenas tirar partido dessas condições. As técnicas tradicionais mantêm-se, mas, naturalmente, algumas evoluem, tentamos introduzir novas técnicas mais do ponto de vista físico do que químico. No entanto, o essencial acaba por não mudar: vinhos autênticos e da mais alta qualidade.” Se a produção é feita em função das condições naturais, o produtor reconhece que também vai ao encontro da evolução do gosto dos consumidores.
A propriedade tem uma área de vinha de doze hectares, com as castas tintas Touriga Nacional, Castelão, Syrah, Aragonês e Cabernet Sauvignon e as brancas Arinto, Verdelho, Sauvignon Blanc e Chardonnay.
A atividade da quinta, sobretudo a partir de 2015, também se alicerçou no enoturismo. As visitas às vinhas e à adega, as provas de vinhos e os eventos gastronómicos temáticos são sempre associados aos petiscos, em que os produtos tradicionais são protagonistas. A grande aposta no enoturismo estende-se ao alojamento.
Temos três casas a funcionar e outras três em vias de estar terminadas. Duas delas não podiam ser mais representativas da quinta: uma era do meu avô e a outra do bisavô
“Esta atividade (enoturismo) é de facto a nossa aposta. Dentro de pouco tempo, teremos parques com os animais tradicionais da região, um parque de merendas, um pomar tradicional com variedades antigas, onde os frutos são cultivados sem intervenção rigorosamente nenhuma”. A ideia é, graceja Gomes Pereira, “em vez de colocarmos uma tabuleta a dizer aos hóspedes que nos visitam ‘cuidado que tem veneno’, colocarmos outra a dizer ‘esta variedade está madura nesta fase, pode colher e provar sem receios’.”
A alma do vinho da Quinta dos Capuchos: A visão da Quinta dos Capuchos – que lhe dá alma – aponta para vinhos autênticos, com personalidade marcada, honrando a história, a tradição e a espiritualidade da região.
É uma quinta familiar, cuja atividade “assenta na forma tradicional de cultivar as uvas, exclusivamente uvas da nossa própria propriedade”, afirma o produtor José Gomes Pereira. São colhidas manualmente, com escolha rigorosa na vinha e transportadas para a adega em pequenos recipientes, nos quais têm de chegar em perfeito estado. “Uvas que poderiam servir para comer na adega.”
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