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Episódio 6

Adega d’Arrocha

Este projeto familiar enraizado na homenagem à herança secular de respeito pela natureza e inovação desta adega está a consolidar o prestígio dos vinhos da Região de Lisboa.

Cada vinho da Adega d’Arrocha conta uma história que reflete a paixão pela terra, o cuidado com as vinhas e a autenticidade em cada etapa da vinificação. Ao degustá-los, é possível apreciar a expressão do terroir, a riqueza da tradição e a dedicação da família Rato, cujo amor pela viticultura passou de geração em geração. Hoje, o negócio passa pelo contributo multidisciplinar dos vários elementos, que honram o passado enquanto constroem um presente e um futuro de qualidade e distinção.

Na companhia da All Aboard Family, fomos visitar este paraíso vinícola que oferece uma paisagem fantástica, com vista para o campo e o mar. Na Adega d’Arrocha, respira-se proximidade e genuinidade, brindando-se a momentos inesquecíveis com vinhos e experiências únicas.

“A nossa família esteve sempre ligada à viticultura e à produção de vinhos”, mas vendia o vinho a granel, conta o enólogo Ricardo Guimarães. De facto, a história da Adega d’Arrocha vem de longe, enraizada numa herança com mais de cem anos que remonta ao tempo dos pais de José Paulo Rato. Casado com Helena Alexandre, José Paulo trabalhou mais de 30 anos na pesca longínqua, em África. Em 2010, regressou com o sonho de manter o legado do pai e a tradição de cuidar das vinhas e de produzir vinho, e esta paixão contagiou os seus filhos, Vera (casada com o enólogo da casa) e Ricardo Rato.

O projeto materializou-se em 2017, tendo na estrutura e na base “o senhor Zé Paulo e a D. Helena, que fazem com que as coisas aconteçam”, sublinha Ricardo Guimarães. Logo em 2018 são produzidos os primeiros vinhos “na adega antiga do avô João Rato. Na altura, estávamos a produzir cerca de 18 a 20 mil litros de vinho e, à medida que fomos plantando mais vinha, passámos rapidamente para 150 a 200 mil litros”, explica o enólogo.

Adega d’Arrocha

Com o aumento da produção, surge a necessidade de construir uma nova adega e, em 2021, o sonho concretiza-se com o início da construção da Adega d’Arrocha. Embora enfrentando desafios, a família tinha a inabalável certeza de saber que estava a “produzir algo com muita tradição” fiel ao “esforço dos antepassados”, com “o envolvimento de toda a gente e motivada por esta paixão de ver crescer um projeto que fazia todo o sentido para nós e para o contexto onde nos encontrávamos: mostrar que somos da Região dos Vinhos de Lisboa, uma região que produz vinhos excecionais”, diz Ricardo Guimarães.

Apesar do crescimento da produção, a Adega d’Arrocha continua a afirmar-se como um pequeno produtor, cujo compromisso é “acompanhar os vinhos, a sua evolução e o seu estágio de uma forma muito pormenorizada, com todo o cuidado e carinho”, conclui.

Adega d’Arrocha
Adega d’Arrocha
Adega d’Arrocha

Ao longo de todo o nosso projeto, há uma coisa que é notória: o orgulho que temos na região onde estamos

E se o vinho Valmitão tem o nome de uma praia da Lourinhã, já o rótulo Carlotas tem origem no apelido dos avós, sendo uma justa homenagem ao muito que dois irmãos fizeram pela viticultura.

Também na nova marca premium lançada recentemente, Adega d’Arrocha, o rosé Vestido Rosa conta algo que marcou a família: quando a Vera tinha quase 2 anos, caiu num tanque com vinho, conta-nos Ricardo, “e a minha sogra olhou para dentro e viu a ponta de um vestido rosa”. Reanimada pelo pai, a história teve um final feliz. Hoje, o nome do vinho é uma ode à mãe e mulher que lhe deu a vida e que a salvou.

Adega d’Arrocha

A influência atlântica, a brisa marítima, as baixas amplitudes térmicas, a humidade adequada e os solos argilo-arenosos criam as condições ideais para vinhos elegantes, com mineralidade e salinidade.

Quanto às vinhas, explica o enólogo, foram tidas “em conta as características dos terrenos e o perfil de vinhos que queríamos. Para os mais frescos, plantávamos as vinhas mais expostas; para os tintos complexos, aromáticos e estruturados, recolhíamo-las mais.”

No que concerne a castas, apesar do vasto leque da maior qualidade, sempre foi dada primazia às autóctones da região. Daí a aposta na reabilitação da Vital, originária da Lourinhã.

Na Adega d’Arrocha, é praticada uma agricultura sustentável, as colheitas continuam a ser manuais e as uvas criteriosamente selecionadas. A própria disposição da adega foi pensada ao pormenor para aproveitar os ventos, as águas das chuvas ou os raios solares. Aqui, o vinho continua a ser feito com amor, inspirado pela tradição e no respeito pela natureza.

Tudo faz mais sentido quando é partilhado, e assim surge o Enoturismo da Adega D’Arrocha. Com uma diversidade de experiências inovadoras – desde provar os vinhos das cubas e os mostos em fermentação a participar na pisa ou nas vindimas -, quem cá chega sente-se em casa, bem próximo da natureza e da cultura vinícola.

Em breve, pretende estabelecer sinergias com o surf, os dinossauros e a rica restauração local, ampliando ainda mais a experiência dos visitantes.

A Adega d’Arrocha é um marco de referência na produção de vinhos distintos e na oferta de experiências únicas. A não perder.

Adega d’Arrocha

A alma da Adega d’Arrocha: Ricardo Guimarães está certo de que “a família, a proximidade e a forma humilde e generosa com que nos debruçamos neste projeto” tornam os vinhos e as experiências vividas na Adega d’Arrocha tão especiais. É com as pessoas que esta família partilha a sua paixão e a sua vontade de surpreender.

A sugestão da Adega d’Arrocha: Para quem não conhece os vinhos aqui produzidos, o enólogo aconselha a “fazer uma viagem, começando pelos nossos entradas de gama para perceber toda a evolução em termos de complexidade: dos vinhos mais consensuais aos mais desafiantes.”

O vinho rosé é incontornável, mas, para uma festividade, Ricardo sugere o Adega d’Arrocha Vinhas Velhas, um ex-líbris com castas de 1970.

Já para harmonizar com a bela caldeirada servida ao almoço, marcaram presença os brancos da gama Adega d’Arrocha – 100% Arinto, Vital e Arinto e o Vinhas Velhas – com muita salinidade, mineralidade e frescura.

Adega d’Arrocha

Review

E se há projetos solidificados que nos remontam a uma produção industrializada, aqui a família é o coração e a alma do negócio. O vestido rosa fará sempre parte de um começo atribulado mas que termina de uma forma cheia de sucesso. Um bom vinho acompanhado do calor desta família e de uma boa caldeirada fizeram as delicias até dos mais pequenos.

Adega d’Arrocha

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