Ao adquirir a Quinta do Gradil em 1999, o novo proprietário mal sabia que tinha em mãos sete séculos de história de uma quinta vínica que já pertencera à família do Marquês de Pombal, em plena Região Demarcada de Óbidos.
Quando comprou a Quinta do Gradil, situada no concelho do Cadaval, Luís Vieira não tinha verdadeira noção do que acabava de adquirir. A propriedade foi comprada em 1999, às portas do novo milénio, mas o atual CEO tinha pouca informação sobre o passado desta quinta. Um passado rico e repleto de história.
Decidido a saber mais acerca da origem da Quinta do Gradil, que chegou às suas mãos “bastante danificada” e com necessidade de ser replantada e reorganizada, Luís Vieira dirigiu-se à Torre do Tombo. Qual a sua surpresa quando lhe “apareceu uma propriedade com quase quinhentos anos – a primeira referência data de 1492 –, uma quinta riquíssima, por onde passaram figuras históricas, como a família Marquês de Pombal”.
Ao longo de cento e vinte hectares de vinha, Luís Vieira explica que procurou “materializar os sete históricos séculos de vindima da quinta em cada uma das gamas de vinho”.
Na replantação que foi feita, plantaram-se vinhas tradicionais portuguesas, mas também castas estrangeiras. “Temos Viosinho e Alvarinho, mas plantámos também Arinto, típico aqui da região, ou Tourigas”. Falando das castas internacionais, o CEO destaca Tannat, Alicante Bouschet e Syrah, enquanto olha pela janela de onde se avista o imenso vinhedo.
A região, com uma proximidade de dez quilómetros do mar e a serra de Montejunto, cria aqui um microclima extremamente favorável para os brancos, muito beneficiados pela frescura marítima. A poucos quilómetros de Lisboa, temos aqui uma zona com uma característica de vinhos completamente diferentes e únicos.
A Quinta do Gradil tem uma componente de enoturismo muito importante. Com programas destinados a amantes do vinho, a famílias e eventos diversos, a verdade é que “nós gostamos muito de receber pessoas durante o ano todo”, diz Luís Vieira.
As vindimas são um momento de convívio muito apreciado pelos visitantes, enquanto “possibilidade de as pessoas fazerem uma experiência em família: meterem a mão na massa, irem às vinhas, acompanhar o processo até à adega, fazer a pisa das uvas, portanto, temos essa grande componente de turismo nessa altura”, descreve Luís Vieira.
Ao longo de todo o ano, é possível fazer várias provas dos “sete séculos de vindimas que temos”, brunches vínicos, piqueniques e muito mais. Momentos de partilha e deleite que prometem ficar na memória
A alma da Quinta do Gradil: Quando se pergunta a Luís Vieira qual é a “alma” da Quinta do Gradil, a resposta surge de forma imediata. “Essa alma vem das pessoas e da equipa que cá está, desde quem está na vinha e faz o vinho na adega até quem está nesta parte do enoturismo, quem recebe as pessoas que nos visitam.” Para o proprietário, a grande alma “acaba por ser este bem-estar e esta atmosfera que a Quinta do Gradil nos transmite e, de alguma forma, também, a materialização da história destes sete séculos que ela tem e que nós podemos provar e sentir nos vinhos que temos aqui”.
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